domingo, 23 de setembro de 2012

Alpes Suiços


De mochila às costas pelos...
Alpes Suiços

Cerca de dois terços do território Suíço é formado por regiões alpinas e pré-alpinas. Nas zonas mais baixas, até aos 1500 m, predominam explorações agrícolas e árvores de folha caduca. Estas vão dando lugar às florestas de coníferas, que são substituídas por vegetação rasteira  e pastagens alpinas acima dos 2200 m. Em altitudes superiores a 3000 m, os musgos e os líquenes cobrem as escarpas rochosas e, no topo, surgem os campos nevados, os glaciares e os picos de neves eternas.


Vindos da anterior etapa da viagem (Cinqueterre/Itália), começamos a nossa visita à Suiça por Lucerna.



Lucerna 


Lucerna é a  maior cidade da Suiça central, fica na margem oeste do lago Lucerna. Tendo começado como uma póvoa piscatória, tornou-se um importante entreposto comercial quando a passagem de S. Gotardo foi inaugurada em 1220. Durante a reforma Lucerna liderou a resistência católica na Suíça, tendo-se envolvido em longas disputas religiosas e politicas.
A partir do Sec.  XIX, o turismo dinamizou a economia da cidade, o qual atrai ainda hoje numerosos visitantes e é palco do consagrado Festival Internacional de Lucerna.


 O centro de Lucerna

Lucerna é uma cidade compacta e fácil de explorar a pé. O núcleo medieval fica na margem norte do rio Reuss e tem acesso da estação ferroviária na margem sul, através da Kapellbucke (ponte da capela).



Kapellbucke

A Kapellbucke ou Ponte da Capela, é uma ponte pedestre coberta do Sec. XIV.
Atravessando o rio Reuss em diagonal, fazia parte das muralhas da cidade, protegendo-a  dos ataques vindos do lago.



Kapellbucke e Torre  da Água




Próximo do centro do rio, a ponte está unida  à Wasserturn (Torre da Água) uma construção octogonal que serviu como farol, prisão e casa do tesouro.

painéis do tecto da Kapellbucke
No Sec. XVII os paineis do tecto foram pintados com cenas da história de Lucerna, e episódios das vidas de S. Leodegar e S. Maurício, mártires que se tornaram os padroeiros da cidade.

Kapellbucke



Lucerna


Kapellbucke


A mais antiga ponte de madeira da Europa a Kapellbucke, tornou-se o símbolo de Lucerna e da Suíça.
A maioria dos chocolates Suíços têm  a imagem da Kapellbucke no rotulo.


Jesuitenkirche



Um monumento emblemático da margem sul do rio Reuss, a grandiosa Jesuitenkirche, ou igreja jesuíta de S Francisco Xavier. Foi construida em 1666-73, apesar das suas  cupulas bolbosas só terem ficado concluídas no Sec. XIX.
O interior barroco está ricamente decorado com estuques e o tecto ostenta pinturas que  representam a apoteose de S. Francisco Xavier.



A cidade Velha...

Lucerna



A cidade velha  de Lucerna situa-se num meandro do rio Reuss, no ponto em que este se desvia para fora do lago de Lucerna. Desde a idade média que a cidade se encontra protegida por muralhas no lado norte e pela Kapellbucke que atravessava o rio na parte leste.
O antigo traçado da cidade subsistiu até hoje, e as fachadas dos seus belos edifícios históricos, em especial da Hirschenplatz e ao longo  da Wienmarktgasse, estão pintadas com frescos ou revestidas com esgrafitos.



Wienmarkt

Wienmarkt


Wienmarkt-Esta praça central, lugar da antiga feira de vinho, está rodeada por belas casas, muitas delas antigas corporações.

Lucerna

Muitas fachadas das casas na cidade velha, apresentam pinturas carregadas de alegorias e simbolismo.


Lucerna


Rathaus


Lucerna


Lucerna


Lucerna


Lucerna


Lucerna


Lucerna



Lungern See

O Lungern See, é um lago dos Alpes suiços. A região está particularmente ligada aos desportos de Inverno.
Lungern see


Lungern see


Subir ao topo do Cume Brienzer Rothorn


Finalmente chegou o momento de explorarmos as montanhas!:-)



O cume  do Brienzer Rothorn, com 2350 m de altura e a cerca de 5 km a norte de Brienz, pode quase ser atingido por via férrea de cremalheira num comboio a vapor que chega quase aos 2244 m. É dos poucos em funcionamento, embora as carruagens sejam  frequentemente puxadas por uma locomotiva a gasóleo.
O trajecto de 7,6 km até ao topo da montanha passa por seis tuneis. O resto do caminho faz-se a pé.
Aqui somos recompensados por magnificas vistas dos Alpes Berneses e pelo Brienzersee.


Comboio de cremalheira



Todo o percurso até ao cume é feito por paisagens magnificas....


As borboletas entram no comboio e são nossas companheiras de viagem até à ultima paragem.



O Brienzersee com os campos verdejantes dos Alpes.







Ao longo da linha, as belas flores dos Alpes estão cobertas de abelhas e borboletas...





A meio da viagem, temos um apeadeiro que nos permite fazer uns trilhos e almoçar!
Uma boa opção para fazer uma caminhada e apreciar a natureza!


Flores Alpinas





As famosas e simpáticas vacas dos Alpes Suíços.
(mas não são roxas...)


Fica desvendado o mistério do melhor chocolate de leite do Mundo!!!!
Erva fresca! Ar puro....e nada de stress!




Nos Alpes a  Natureza invade-nos os sentidos...

















Apesar da visibilidade neste dia não ser a melhor, ainda assim  ficamos extasiados com a paisagem...






Para quem gosta de caminhadas, aqui tem a possibilidade de fazer trilhos






E de praticar vários desportos






Finalmente o cume...










Brienzersee.







Fim do dia...Hora da partida!!!!





Lentamente lá vamos descendo...




Para traz ficam as simpáticas vacas, e as notas musicais emitidas pelos seus chocalhos...



Jungfraujoch

A sul de Interlaken, fica o cenário de montanha mais impressionante dos Alpes Berneses, centrado numa cadeia com três gigantescos picos: O Eiger (3970 m), o Monch (4099 m), e o Jungfrau (4158 m).
Existe uma rede de caminhos de ferro e teleféricos que partem de Interlaken e permitem viajar facilmente pela região.
A mais bem conhecida excursão ferroviária (não é barata) mas é uma experiencia unica...

Subida a Jungfraujoch


Baptizado pelo "Topo da Europa", está situado a 3454 m acima do nivel do mar e possui a estação ferroviária mais elevada da Europa.
Como há dois trajectos diferentes até  Jungfraujoch, é facil visitá-lo, dando a volta completa ao local. Alguns comboios partem de Interlakem até Lauterbrunnen, onde terá de de mudar para um caminho de ferro de cremalheira para subir a montanha, passando por Wengen até à estação de Kleine Scheidegg, que se aninha mesmo abaixo da impressionante face norte do Eiger.
Há outro comboio que vai de Interlaken até Grindelwald, onde terá de mudar novamente para uma via-férrea de cremalheira que sobe pelo outro lado da montanha até Kleine Scheidegg. Daqui, há uma linha separada que faz a ligação com o próprio Jungfraujoch.




A obra de engenharia nos segmentos inferiores da via ferroviária à volta de Wengen é bastante impressionante, mas a parte próxima ao topo, acima de Kleine Scheidegg, é ainda mais extraordinária, passando por túneis íngremes, rasgando o coração do Eiger.





No topo que costuma estar cheio de turistas, há  restaurantes, estação dos correios onde a correspondência é carimbada com o selo "Topo da Europa" um conjunto de esculturas de gelo "Palácio do Gelo" e uma exposição "Alpine Sensation" e....neve!:-)








Aqui a neve é a grande atracção...
Em pleno mês de Agosto, o gelo não está vidrado  o que nos permite caminhar, praticar alguns desportos e brincar!...
Atenção às bolas de neve...!:-)












Mas concentremo-nos nas vistas...

Em direcção à Floresta Negra, na Alemanha; a ocidente, para os Vosges, em França; e a sul para Itália.


No topo existem  trilhos, alguns deles seguem por  meio de campos de neve. Lembre-se porém que o ar é rarefeito a esta altitude e pode sentir tonturas (presenciei algumas situações menos agradáveis).



Um dos trilhos mais frequentados é um percurso na neve até uma cabana de montanha, onde poderá beber uma bebida quente e descansar.






Céu, montanha e neve criam um cenário idílico...
Depois de caminharmos um pouco sobre a neve, temos a sensação  que acabamos de escalar a imponente montanha até ao topo!
Mágico!
Liberdade!
Paz!
















Fenda no glaciar




















(Este amiguinho também gosta de ler as placas informativas)

























No cume do desfiladeiro de Jungfrau, está o centro de pesquisas mais elevado da Europa e um dos mais reputadas no mundo.
 A estação meteorológica dedica-se às pesquisas climáticas, sendo hoje um dos centros europeus com mais reputação a nível de pesquisa sobre o meio ambiente.


A 3.571 metros de altitude, essa estação cientifica ajuda a desvendar diversos mistérios do clima, sobretudo a poluições atmosféricas do passado.
No cume, o laboratório EMPA dispõe de aparelhos de medição capazes de determinar a amplitude das emissões de gases que provocam o efeito estufa, as suas origens e  as variações temporárias.
Os cientistas que trabalham no local estudam, por exemplo, as minúsculas bolhas de ar aprisionadas nos glaciares da montanha, o que lhes permite um melhor conhecimento sobre a historia do meio ambiente.





Eispalast

Em 1934 dois guias de montanha, começaram a escavar no gelo uma enorme galeria. Hoje um labirinto de galerias ostentam esculturas de gelo como águias, pinguins, etc...





"Mergulho" dentro do glaciar...



























Alpine Sensation

Através de imagens, objectos,sons e luzes, a Alpine Sensation conta a história do turismo na região.


escultura em madeira




escultura em madeira




É hora de partir! O último comboio desce os Alpes... e nós não conseguimos desviar os olhos da janela, apreciando a magnifica paisagem...




















Cascatas de água escorrem pela montanha






















Freilichtmuseum Ballenberg



Este vasto museu ao ar livre de 66 hectares, é composto por cerca de 100 edifícios rurais históricos, desde simples chalés alpinos a explorações agrícolas inteiras e por 250 animais de quinta. As construções umas de madeira e outras de pedra ou tijolo, vêm de várias regiões suíças. Todas foram salvas da demolição, tendo sido cuidadosamente desmanteladas e reconstruidas neste local. No interior das casas o mobiliário é também autentico. Os edifícios estão agrupados de acordo com a zona de origem, e cada um dos grupos ligados por caminhos. O museu inclui ainda jardins, campos cultivados e animais.


Primeira casa do museu.
As portas abertas, convidam-nos a entrar...



E aqui começa a aventura de "bisbilhotar em casa alheia"













Exposição de fatos da época no sótão da casa.







Danças tradicionais animam o espaço exterior.











Uma das curiosidades deste museu, é o facto de quase todos os objectos estarem expostos sem qualquer protecção. É como se entrássemos na casa de uma pessoas e estivéssemos à vontade para apreciar e tocar no que nos apetecesse.
Desde utensílios de cozinha bastante antigos, até objectos de decoração, roupa, alfaias agrícolas, etc, tudo está exposto de uma forma normal, como se as casas ainda fossem habitadas.

























Alguns edifícios do museu possuem oficinas onde se pode ver os artesãos a trabalhar com ferramentas antigas autenticas, demonstrando assim algumas das artes e ofícios das regiões da suíça. Entre eles incluem-se a tecelagem, a fiação, a olaria, a cestaria, os bordados e o fabrico de queijo.

























Assim como a arquitectura rural, o artesanato ou os costumes, fazer dos animais da quinta uma parte crucial da cultura rural, é um dos objectivos deste museu ao ar livre, que recuperou algumas espécies em vias de extinção. Aqui podemos observar abelhas, pombos, pássaros, galinhas, patos, gansos, coelhos, cabras, ovelhas, porcos, vacas, bois, cavalos e burros.
Os animais estão distribuídos pelas diversas casas do museu, tal como eram criados originalmente. 



Uma das curiosidades de praticamente todas as casas, é as janelas da sala de refeições serem viradas para a área mais aberta, com a vista mais bonita e de onde se captava mais luz. Muitos dos longos dias de Inverno, eram passados nesta sala.








Jardim de ervas medicinais.
Se levantarmos os mostradores metálicos, podemos sentir os diversos aromas das plantas.




Uma antiga farmacia!

























Uma pereira cresce "agarrada" à casa!























Rheinfall

Esta cascata, conhecida como Rheinfall, é a maior da Europa. Situa-se em Neuhausen e é criada pela precipitação das águas do Reno a jusante com de Schaffhausen, de onde resulta um deslumbrante espectáculo de coloridos arco-íris. Infelizmente no dia que a visitámos estava a chover e não podemos observar este fenómeno.




Schloss Laufen


As melhores perspectivas  da cascata obtêm-se do Schloss Laufen, um castelo de estilo renascentista sobranceiro ao rio na margem sul.
Schloss Laufen


A abundância de madeira é notória por todo o país.


Schloss Laufen

Do castelo, há degraus que descem até plataformas perto da cascata.


Rheinfall


Apesar de ter apenas 23 metros de altura, torna-se notável devido à sua largura (cerca de 150 m) e ao cenário envolvente, com encostas cobertas de arvoredo.


Rheinfall



Rheinfall



Rheinfall



Rheinfall



Rheinfall



Rheinfall


Há dois tipos de viagens de barco. uns passam perto da cascata, e "soltam-se" ao sabor da corrente, outros levam os passageiros até um rochedo no meio da cascata (Uma viagem atribulada).


Rheinfall



Rheinfall



Rheinfall



Rheinfall



                                Stein am Rhein


Stein am Rhein é uma das mais belas belas vilas Suíças, com edifícios medievais em armação de madeira e casas do Sec. XVI ostentando fachadas com frescos. Fundada nos tempos romanos, esta pequena vila prosperou e expandiu-se nos finais do Sec. XI, quando o Imperador alemão Henrique II fundou o mosteiro beneditino no local.
Ainda é possivel vislumbrar o traçado das muralhas da vila, bem como duas das portas, o Obertor e o Untertor.

A Rathausplatz, ou praça principal, é rodeada por casas pintadas com motivos condizentes com os seus nomes, como a Casa do Sol ou a Casa do Boi Vermelho.








A Câmara Municipal do século XVI, num dos lados da praça, abriga a Rathaussamlung, uma colecção de pinturas e objectos que documentam a história da vila.





Os frescos intensamente coloridos exibidos pelas casas mais antigas revelam o passado vinícola, mas também cenas bíblicas, profissões, comércio e artes da época (séc XV - XVII). Os proprietários exibiam a sua riqueza competindo uns com os outros na decoração da fachada.























A Rathausplatz






Sobranceiro ao Reno o Kloster St Georgen é um mosteiro beneditino com uma igreja do séc. XII. As salas bem preservadas do mosteiro, decoradas no inicio do séc. XVI albergam hoje o Klostermuseum St. Georgen, um museu dedicado à história local.








Dicas:


 *A Suiça é um país bastante caro. Quem quer conhecer sem gastar muito dinheiro, pode optar por dormir em hotéis mais baratos como a cadeia Ibis.

*Quando chegar à Suíça de carro, deve comprar uma vinheta das autoestradas que se vende junto à fronteira. (Em muitas fronteiras vende-se nos cafés da zona fronteiriça ou nas estações de serviço)
Custa 38,00 € e tem validade de um ano. A vinheta deve ser colada no para brisas do carro.

*A subida de comboio  a Jungfraujoch é de um valor exorbitante. Para se aproveitar ao máximo deve apanhar o primeiro comboio da manhã.
Em todas as informações turísticas, aconselham a apanhar o comboio em Interlaken, mas para quem tem carro, fica muito mais barato levar o carro até lauterbrunnen, estacionar na estação (cerca de 7.00 € um dia) e apanhar o comboio para Jungfraujoch.
Atenção que este percurso de comboio por lauterbrunnen  leva-o ao topo de  Jungfraujoch, passando por Wengen. Se quiser visitar o Lac de Bachalp- First-Grindelwald, tem de subir pelo lado contrário da montanha e deve partir de Interlaken. É quase impossível fazer tudo num dia, o ideal seria subir um dia por um lado da montanha e outro dia pelo lado inverso, mas o preço é desencorajador.
Ao longo das subidas tem várias estações, o que lhe permite entrar e sair, fazer caminhadas e conhecer a região.
No topo de Jungfraujoch pode almoçar no restaurante self-service por valores acessíveis ou nos restaurantes à la carte por valores mais elevados.
Não se esqueça de carimbar o seu passaporte  Jungfraujoch (que lhe dão junto ao bilhete) na estação de Jungfraujoch, para recordação.

*  Não partir sem provar os pratos à base de queijo, e claro o chocolate!

* Como souvenir,  os relógios de cuco (bastante caros) são a grande atracção!


Muito ficou por visitar nos Alpes Suiços, mais um motivo para voltarmos.
É hora de colocar a mochila às costas e partirmos rumo à Floresta Negra (Alemanha).




1- Cinque Terre
2- Alpes Suíços
3- Floresta Negra
4- Epernay




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